Os professores eram tão rígidos que não aceitavam sequer olhares que não fossem para eles. Como aconteceu uma vez em uma aula de história. O professor se viu no direito de ler o diário de um aluno para toda a classe:
_ O que é isso? Deixe me ver! Ah, que lindinho! Deixe de tolice, garoto; presta atenção na aula, guarda essa porcaria.
A turma toda zomba do menino. Coisas assim aconteciam frequentemente. Crianças eram oprimidas, assim como toda a população que era controlada pelo Estado.
Mas tudo isso mudou e houve uma grande revolta nas salas; tudo quebrado, fogo por toda a parte; professores sendo queimados. A vida de máscara dos alunos havia acabado e eles podiam, além de ser crianças outra vez, voltar para casa.
Os professores sempre sérios, parecendo carrascos. Batia o sino e todos eles se dirigiam às salas para judiar dos alunos.
_O que você está fazendo aí? É um diário? Senhoras e senhores: “Hoje vou pra a escola, mas tenho medo do professor brigar comigo!” Ha, ha, ha!
Esse mesmo professor, ao sair com a sua mulher, tem lembranças de quando bate nos alunos, mas não sente nenhum remorso.
Naquela sociedade, os alunos ao chegarem à escola passam por um processo que os deixa prontinhos para serem moídos pelos professores. Os alunos ficam só esperando, com saudade, seus pais os tirarem de lá. Mas, enquanto isso não acontece, não podem fazer nada.